O Pavilhão de Israel apresenta Cloud-to-ground, uma instalação imersiva que explora a natureza das redes de comunicação modernas na 18ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza. A exposição, que tem curadoria do arquiteto Oren Eldar e das arquitetas Edith Kofsky e Hadas Maor, tem como objetivo iniciar uma discussão ampla sobre os aspectos físicos das redes virtuais: os centros de dados (data centers) e as centrais telefônicas comumente referidas como "caixas-pretas". O tema escolhido é relevante para Israel devido à sua localização estratégica no cruzamento de continentes e culturas. O pavilhão nos Giardini permanecerá aberto para visitantes até 26 de novembro de 2023.
Através da intervenção, o próprio pavilhão torna-se parte da mostra, transformado em uma "caixa-preta" opaca. A exposição visa trazer à tona um aspecto oculto do desenvolvimento da tecnologia global e das estruturas de poder em constante mudança implementadas por ela. Novos centros de dados estão sendo construídos em Israel, interconectados por uma vasta rede de cabos por terra, subterrâneos e submarinos. Além disso, um grande cabo óptico lançado pelo Google sobre a terra revive as antigas estradas comerciais, mas também coloca o recém-estabelecido estado em uma posição delicada, de acordo com os curadores.
Criando uma transição imersiva do som para a luz, a instalação examina a mudança tecnológica "da comunicação analógica para a digital, dos edifícios acessíveis no centro da cidade para estruturas seladas em locais periféricos e de conectividade direta para descentralizada", de acordo com a co-curadora Hadas Maor. O nome da exposição, “Cloud-to-ground,” vem do termo científico para um raio que atinge o solo. A exposição física é acompanhada por um catálogo impresso da editora suíça "Park Books". Ele apresenta artigos de proeminentes e emergentes estudiosos israelenses, junto com fotografias e um extenso índice de edifícios de centrais telefônicas, mapas antigos e desenhos dos centros de dados planejados para serem construídos em Israel.
A relativa falta de atenção arquitetônica dada a essas estruturas nos dias de hoje contrasta com o papel significativo que desempenharam nos últimos dois séculos. Ao examinar as mudanças rápidas que essas estruturas de informação sofreram ao longo dos anos, a exposição lança luz sobre os processos econômicos e geopolíticos atualmente em curso em Israel e na região. - co-curadora Arq. Edith Kofsky
Em resposta ao tema da curadora Lesley Lokko, “Laboratório do Futuro”, vários outros pavilhões nacionais inauguraram exposições focadas em aspectos negligenciados das tecnologias modernas e das redes de comunicação. O Pavilhão Polonês, intitulado “Datament”, tem como objetivo mostrar aos visitantes a prevalência da coleta de dados e o impacto das tecnologias modernas na vida cotidiana. Da mesma forma, o Pavilhão de Singapura visa medir as qualidades imensuráveis dos espaços arquitetônicos: agência, apego, atração, conexão, liberdade e inclusão.
Convidamos você a acompanhar a cobertura abrangente da ArchDaily sobre a Bienal de Veneza 2023: Laboratório do Futuro.